domingo, 21 de junho de 2015


“Contra a minha própria vontade, vejo-me obrigado a fazer aqui uma pausa. É difícil saber até que ponto a natureza deverá impor a discrição a quem testemunhou certas coisas. Pelo menos, pode-se colocar em causa a legitimidade de as divulgar. Se alguns livros são considerados muito funestos e a sua venda proibida, que dizer então dos factos mais terríveis que não são divagações dos homens? Aqueles que são perturbados por livros nada provam contra os factos. São os factos, e não os livros, que deviam ser proibidos. Mas o homem está constantemente a semear ao vento, e o vento sopra para onde está virado, sem que se saiba se daí advirá mal ou bem. Muitas vezes o mal vem do bem, assim como o bem do mal.”

Herman Melville, “As Ilhas Encantadas”

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